Dentre os integrantes esquerdopatas da bancada, o mais desesperado é Bernardo de Mello Franco, cujas expressões de angústia são visíveis e o leva até mesmo a questionar de porquê Jair Bolsonaro de não ter sido governador do Rio de Janeiro. Ao falar de imigrantes, o jornalista possivelmente ateu chegou a até referir-se a Jesus Cristo. Jair Bolsonaro deu as respostas apropriadas.
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Jair Bolsonaro encerrou sua participação no Roda Viva, citando como livro de cabeceira “Verdade Sufocada – a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, de Carlos Alberto Brilhante Ustra.
A obra traz o ponto de vista da caserna sobre a luta armada, dando ênfase aos atentados praticados pelos grupos terroristas de esquerda.
Para aliados, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, foi "acossado" pelos seis jornalistas que o entrevistaram nesta segunda-feira (30) no programa Roda Viva, da TV Cultura, mas conseguiu demonstrar "tranquilidade, firmeza e humildade".
Na opinião dos integrantes da equipe de Bolsonaro, no entanto, a dinâmica da sabatina "esfumaçou" as propostas de governo do deputado federal. Ainda assim, a visibilidade do candidato em rede nacional, no seu primeiro grande teste da campanha, foi comemorada.
Coordenador do plano de governo de Bolsonaro, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse ao que o presidenciável "foi submetido a um pelotão de fuzilamento ideológico, sem propósito".
"O único objetivo [dos jornalistas] era fazer um revisionismo desnecessário nesse momento para o país", declarou o parlamentar, em referência às recorrentes perguntas sobre a ditadura militar.
O regime é enaltecido pelo candidato, que defende não ter havido um golpe de Estado em 1964. Na opinião do deputado federal Major Olímpio (PSL-SP), presidente do diretório paulista do partido e membro autodeclarado da "tropa de choque" de Bolsonaro, os entrevistadores tentaram ligar o presidenciável a "qualquer ação que houve do período de 1964 até 1979".
Leandro Ruschel Comenta
Olímpio citou o exemplo do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975.
Questionado sobre a reabertura das investigações pelo MPF (Ministério Público Federal) sobre a tortura e o assassinato de Herzog. Bolsonaro afirmou que "geralmente esses órgãos têm viés de esquerda".
Anunciada nesta segunda, a iniciativa ocorre dias depois de o Brasil ter sido condenado pela CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) por falta de julgamento e sanção dos responsáveis pela morte do jornalista.
Comentários de Joice Hasselmann
Para Major Olímpio, os jornalistas tentaram apontar que Bolsonaro quer restabelecer um regime como o de de 1964 a 1979, "quando, na verdade, ele está buscando a Presidência da República pelo voto, pela democracia, defendendo valores da democracia, defendendo a liberdade, defendendo uma economia liberal".
Coordenador do programa de governo de Bolsonaro para o setor ruralista e pré-candidato a deputado federal pelo PSL de São Paulo, Frederico D'Ávila reclamou das "poucas perguntas sobre o futuro do nosso país", em publicação no seu Instagram com fotos de bastidores do programa.
D'Ávila disse, no entanto, que o presidenciável pôde "esclarecer posicionamentos e de tabela, ainda dar umas aulas de história".
Diretor da Sociedade Rural Brasileira, ele teve participação polêmica em outra edição do Roda Viva, quando foi um dos entrevistadores da pré-candidata do PCdoB, Manuela D'Ávila, e trocou farpas com ela.
"Tranquilo, embora acossado"
Em áudio gravado na saída dos estúdios da TV Cultura, Major Olímpio disse ter achado a participação do aliado "muito boa". "Foi muito tranquilo, muito embora sempre acossado. Me parecia que existia um desejo dos seis jornalistas de tentar desconstruí-lo o tempo todo", declarou.
"Ele se portou de forma muito serena, mesmo em circunstâncias onde alguns jornalistas pareciam estar com uma missão titânica de desconstruí-lo, tirá-lo do sério ou provocar alguma derrapada nele em alguma expressão ou em alguma frase", disse o deputado federal.
A suposta tentativa, segundo ele, não prosperou. "Mas deu tudo certo, ele se comportou muito bem. O Brasil todo pôde assistir um Jair Bolsonaro com tempo para fazer as colocações, apresentar suas propostas, de forma muito tranquila e com muita humildade se posicionar", afirmou Olímpio.
Lorenzoni, por sua vez, classificou a atuação de Bolsonaro como "adequada". "Ele tem a capacidade de mesmo enfrentando território hostil ter um bom desempenho", comentou o deputado do DEM.
"Ele se posicionou com firmeza. Nos espaços em que houve algum questionamento sobre programa de governo, ele deixou claras suas propostas sobre simplificação, desburocratização, diminuição do tamanho do Estado. Teve posições muito afirmativas", declarou Onyx.
O aliado de Bolsonaro lamentou que propostas de governo tenham sido "todas esfumaçadas" por conta do que chamou de "tiroteio ideológico", mas disse que isso "faz parte do jogo".
Lorenzoni fez então uma analogia com a corrida, esporte que pratica. "Uma candidatura presidencial é uma maratona, não é uma corrida de 100 metros. Ele esteve posicionado, mantendo o trote, indo com calma. Tem que ir ganhando fôlego. Tem um longo período pela frente."
Faltam nove semanas para o primeiro turno das eleições, que acontecem no dia 7 de outubro. A campanha, oficialmente, só poderá começar a partir do dia 16 de agosto.
Em uma análise sobre o potencial eleitoral da participação de Bolsonaro no Roda Viva, o deputado palpitou que, "do ponto de vista do desempenho, aqueles que acreditam nele e o apoiam gostaram". "E os indecisos passaram a tê-lo como opção de voto", opinou.
À frente de todos os concorrentes, Bolsonaro só correria risco de perder, na disputa pela audiência, para Luís Inácio Lula da Silva. Detido em Curitiba, no entanto, o ex-presidente e pré-candidato do PT à Presidência não deve participar do programa.
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