Rio de Janeiro, RJ - A megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão expôs a dimensão financeira e o poder bélico do Comando Vermelho (CV). O arsenal de guerra apreendido durante a ação revela que a facção dispõe de uma estrutura bélica milionária e altamente sofisticada, evidenciando seu alcance transnacional e a capacidade de reação em um cenário de confronto com o Estado.
O Preço da Guerra: Mais de R$ 5 Milhões em Fuzis
O volume de armas longas confiscadas é impressionante: 91 fuzis. De acordo com estimativas da Polícia Civil, baseadas no valor de revenda no mercado ilícito de armamentos, apenas o montante de fuzis está avaliado em cerca de R$ 5,4 milhões.
O cálculo da Polícia Civil considera um preço médio de R$ 60 mil por unidade para um fuzil de alto calibre no mercado negro.
O balanço total das apreensões bélicas da "Operação Contenção" totaliza 118 armas de fogo, incluindo:
- 
	91 fuzis 
- 
	26 pistolas 
- 
	1 revólver 
- 
	14 artefatos explosivos Continua após a publicidade
Todas as armas, segundo os investigadores, estavam em plenas condições de uso e equipadas com acessórios de ponta, como lunetas, miras holográficas e miras a laser, projetados para aumentar a precisão, o alcance e a letalidade dos disparos.
O Elos Nacionais do Crime: Tropa de Manaus
A investigação ganhou novos contornos ao analisar as inscrições e marcações encontradas em parte dos fuzis. As siglas gravadas, como "CV AM" e frases como "Tropa de Manaus", reforçam a tese do avanço nacional da facção e a sua capacidade de mobilizar criminosos e armamento de outras regiões do país para o Rio de Janeiro.
O quadro de presos confirmou o caráter interestadual da facção:
- 
	Dos 113 criminosos presos na operação, 33 vieram de fora do Rio de Janeiro. 
- 
	Os estados de origem mais notáveis são Bahia, Amazonas, Ceará e Pernambuco, comprovando que as lideranças do CV usavam o Complexo da Penha e do Alemão como refúgio e quartel-general para criminosos de alta periculosidade de todo o Brasil. 
Confronto de Tecnologia: Drones Explosivos
Batizada de "Operação Contenção", a ação policial mobilizou um efetivo de peso, com cerca de 2.500 policiais civis e militares. O aparato logístico do Estado incluiu helicópteros, blindados e o uso de drones de vigilância.
Entretanto, o confronto revelou que o Comando Vermelho investiu em tecnologia bélica similar. Os criminosos reagiram utilizando drones adaptados para lançar artefatos explosivos contra as forças de segurança. Esta tática sofisticada, aliada ao poder de fogo dos fuzis apreendidos, mostra que o embate nas favelas cariocas está se transformando em uma verdadeira guerra tecnológica urbana.
O objetivo da operação, conforme declarado pelo governo estadual, era quebrar a espinha dorsal logística e de comando da facção, conter sua expansão territorial e prender as lideranças que estariam escondidas nas comunidades, numa tentativa de desmantelar o poder que movimenta milhões de reais em armamento e drogas.
Fotos: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
 
                     
                    
                     
                 
                    
                     
                         
                                         
                                     
                                     
                         
                         
                         
                         
                    
                     
                    
                     
                 
                    
                     
                    
                    