Megaoperação "Contenção" Contra o Comando Vermelho Deixa 52 Mortos, Incluindo Dois Policiais Civis, no Complexo do Alemão e da Penha

Rio de Janeiro, RJ – A capital fluminense viveu um dia de tensão nesta terça-feira (28) com a deflagração da Operação Contenção, uma megaofensiva integrada da Polícia Civil (PCERJ), Polícia Militar (PMERJ) e Governo do Rio nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. Classificada pelo Governador Cláudio Castro como a maior operação da história do estado, a ação mobilizou cerca de 2.500 agentes e visava desarticular a expansão territorial da facção Comando Vermelho (CV).


 

Confronto Intenso 

 

Em coletiva de imprensa realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), as autoridades atualizaram o balanço da operação, destacando a intensa resistência dos criminosos. 

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  • Total de Óbitos: 52

    • 20 envolvidos em Crimes

    • 2 Policiais Civis (Os demais 30 óbitos não foram detalhados na coletiva)

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  • Total de Prisões: 81 criminosos capturados.

A violência da resposta do tráfico foi evidenciada pelo uso de táticas de guerra. Traficantes do CV revidaram com a montagem de barricadas, o lançamento de bombas e projéteis através de drones contra a tropa de elite da PCERJ (Core), além de intensas trocas de tiros.

 

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Luto na Polícia Civil e o Foco nos Líderes

 

A megaoperação teve um custo humano devastador para as forças de segurança. Foi confirmada a morte do policial civil Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido como "Máskara" entre os colegas. Ele era o chefe da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita) e foi fatalmente baleado em serviço. Além dele, foi confirmada a morte de um segundo policial civil, Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, lotado na 39ª DP (Pavuna).

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Reprodução/Metrópoles

 

O sacrifício dos agentes sublinha a periculosidade e a importância estratégica da ação, que tinha como principal objetivo conter o avanço territorial do Comando Vermelho e prender chefes do tráfico do Rio e de outros estados.

O Governador Cláudio Castro reforçou que a operação foi planejada para ocorrer em áreas de mata, distantes das comunidades, visando minimizar os riscos à população.


 

Captura de Liderança e o Alvo da Justiça

 

Um dos grandes sucessos da operação foi anunciado durante a própria coletiva: a prisão do traficante Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão do Quintugo”.

  • Função: Belão é apontado como braço direito de Edgard Alves de Andrade, o "Doca", um dos líderes máximos do Comando Vermelho na região.

  • Atuação: Belão liderava o tráfico no Morro do Quitungo, na Penha, e é peça-chave em uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com facções rivais.

Reprodução/Metrópoles

A Operação Contenção, resultado de uma profunda investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), concentrava-se no cumprimento de 51 mandados de prisão contra traficantes atuantes no Complexo da Penha.

 

O Projeto Expansionista do CV e o Rol de Denunciados

 

As investigações revelaram que o Complexo da Penha se tornou uma das principais bases do projeto expansionista do Comando Vermelho, notadamente em direção à Zona Oeste, em comunidades como Gardênia Azul, César Maia e Juramento, algumas recém-conquistadas de milícias.

O MPRJ denunciou 67 pessoas por associação para o tráfico e, três homens também foram denunciados pelo crime de tortura.

Entre as principais lideranças denunciadas e alvos da ação, além de "Doca", estão:

  • Pedro Paulo Guedes, o "Pedro Bala"

  • Carlos Costa Neves, o "Gadernal"

  • Washington Cesar Braga da Silva, o "Grandão"

Esses chefes são responsáveis por ditar as regras do tráfico, determinar escalas e, crucialmente, ordenar a execução de indivíduos que contrariem seus interesses. Quinze outros denunciados exerciam funções de gerência (contabilidade e abastecimento), enquanto os demais atuavam como "soldados", garantindo a segurança armada.

A operação segue com o apoio essencial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core/PCERJ) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMERJ), utilizando recursos avançados de inteligência e segurança.

Fotos Reprodução/Metrópoles

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