Condenação de Bolsonaro pelo STF gera forte reação política no Brasil e pressão internacional

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado desencadeou uma onda de reações políticas no Brasil e no exterior. Enquanto os filhos do ex-mandatário, Eduardo e Flávio Bolsonaro, intensificam o discurso pela anistia, aliados internacionais, incluindo o ex-presidente americano Donald Trump, criticam a decisão, classificando-a como perseguição política.

A sentença histórica, que condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão em regime fechado, transformou o debate político e jurídico do país. A defesa do ex-presidente, antes focada na argumentação jurídica, agora se volta para uma ofensiva no Congresso e uma campanha internacional para reverter a situação.


 

A estratégia da anistia e o cenário no Congresso

 

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem sido um dos porta-vozes mais contundentes da nova estratégia. Em suas redes sociais e em entrevistas, ele comparou o ministro Alexandre de Moraes a líderes autoritários como Hitler e Stalin, alegando que a condenação é uma perseguição política sem precedentes. Eduardo aposta que a situação será revertida com apoio internacional, principalmente de Donald Trump, a quem ele considera um aliado de peso.

Paralelamente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou que a luta pela anistia ocorrerá no Congresso. A ideia é aprovar uma lei que perdoe os crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro e, consequentemente, a condenação de seu pai. No entanto, a proposta enfrenta grandes obstáculos.

Existem pelo menos três versões de projeto de anistia circulando na Câmara, mas nenhuma delas conseguiu apoio suficiente para avançar. O maior desafio é a falta de consenso entre os próprios parlamentares da oposição. Além disso, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), demonstram resistência em pautar o tema.

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Analistas avaliam que o sucesso da medida é incerto. O ministro Alexandre de Moraes já sinalizou que crimes contra o Estado democrático de direito não podem ser anistiados, o que abre caminho para um possível veto judicial, mesmo que a lei seja aprovada pelo Congresso. O centrão, que tem um papel crucial nas negociações, ainda não se posicionou de forma unificada.

 

A pressão internacional e a resposta dos EUA

 

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A condenação de Bolsonaro gerou forte reação nos Estados Unidos. O ex-presidente Donald Trump chamou o veredito de "surpreendente" e o comparou aos processos que ele próprio enfrenta. Em suas redes sociais, Trump reforçou que considera Bolsonaro "um bom homem" e classificou o caso como uma "caça às bruxas".

O senador republicano Marco Rubio, ex-secretário de Estado e aliado de Trump, acusou publicamente o ministro Alexandre de Moraes de ser um "violador de direitos humanos" e prometeu que os EUA "responderão adequadamente". Antes da condenação, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, já havia afirmado que Trump não hesitará em usar o poder econômico e militar para defender a liberdade de expressão, embora tenha descartado, por ora, sanções imediatas contra o Brasil.

Apesar da pressão, analistas consideram improvável que o STF ceda às críticas externas. O tribunal tem reafirmado sua autonomia e a legitimidade de suas decisões. No Congresso, há discussões sobre alternativas à anistia, como uma possível redução de pena, mas o cenário permanece incerto e dependente de articulações políticas.

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A imprensa internacional, como jornais, sites e agências de notícias, também acompanhou o caso de perto, destacando que Bolsonaro se tornou o primeiro ex-presidente do Brasil condenado por atentar contra a democracia. A decisão, que pode gerar novos atritos entre Brasília e Washington, continua a dominar o noticiário político.

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