Em uma movimentação que tem gerado debate e preocupação, o Itaú Unibanco anunciou o fechamento de 227 agências em todo o Brasil em 2024. A decisão faz parte de um plano de reestruturação mais amplo, com o banco analisando a possibilidade de continuar com os fechamentos nos próximos meses de 2025.
A medida reflete uma tendência observada em todo o setor bancário brasileiro, que enfrenta uma rápida transição para o ambiente digital. O fechamento das agências tem levantado diversas questões, especialmente sobre o futuro do atendimento presencial e o impacto social e econômico dessa transformação.
A Era da Digitalização e as Consequências para os Clientes
O anúncio do fechamento gerou grande comoção entre os clientes, principalmente aqueles que preferem o atendimento presencial. Para muitos, como aposentados, pequenos comerciantes e moradores de áreas rurais, a agência física é a principal forma de resolver problemas e tirar dúvidas com funcionários. A dependência de canais digitais, como aplicativos e internet banking, ainda é um desafio para essa parcela da população, que muitas vezes não tem familiaridade com as novas tecnologias ou acesso limitado à internet.
Em resposta, o Itaú justificou a decisão explicando que um número significativo de clientes migrou para os canais digitais, levando à queda na rotatividade de clientes nas unidades físicas. A redução de custos com o espaço físico, aluguel e manutenção é vista como uma necessidade diante da diminuição da demanda por esses serviços.
Impacto no Emprego e a Visão dos Sindicatos
A reestruturação do Itaú também tem um sério impacto no mercado de trabalho. O número de desempregados tem escalado com a adoção dessa medida, o que tem levado a uma busca por novas oportunidades de emprego para os funcionários afetados.
A Federação dos Bancários de Santa Catarina, por meio de seu presidente, Armando Machado Filho, expressou forte preocupação com a situação. “Não podemos aceitar que decisões estratégicas sejam tomadas sem considerar os efeitos devastadores para os trabalhadores e para as comunidades que dependem desses serviços. O Itaú precisa apresentar soluções concretas,” declarou Machado. Ele ressaltou que a busca por maiores lucros e as novas tecnologias são as principais causas do aumento do desemprego e da falta de assistência à população.
Uma Tendência Nacional
O movimento do Itaú não é isolado. Dados do setor mostram que os cinco maiores bancos do Brasil – Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Santander – já fecharam 1.774 pontos de atendimento somente em 2024. Desde 2014, mais de 6.500 agências foram desativadas em todo o território nacional.
Esse cenário projeta a necessidade urgente de a sociedade se adaptar à era da digitalização bancária. A tendência é que o fechamento de agências continue nos próximos meses e anos, à medida que a tecnologia se torna a principal interface entre os bancos e seus clientes.
Como você acha que a digitalização bancária pode ser mais inclusiva para pessoas que preferem ou precisam do atendimento presencial?