Operação Tacitus: PF e Gaeco Prendem Policiais Civis Suspeitos de Ligação com o PCC

A Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, deflagraram hoje a Operação Tacitus, visando desmantelar um esquema de colaboração entre policiais civis e o Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação resultou na prisão temporária de oito indivíduos e no cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão.

Investigação Revela Esquema de Corrupção e Lavagem de Dinheiro

A Operação Tacitus é o resultado do cruzamento de diversas investigações, incluindo a apuração do assassinato de Vinícius Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Gritzbach, delator do PCC, havia denunciado à Corregedoria da Polícia Civil um esquema de corrupção envolvendo policiais civis, apenas oito dias antes de ser assassinado.

As investigações revelaram um complexo esquema criminoso envolvendo o vazamento de informações sigilosas, manipulação de investigações em andamento, venda de proteção a membros do PCC e corrupção para facilitar a lavagem de dinheiro. Segundo as autoridades, os policiais civis envolvidos teriam recebido cerca de R$ 11 milhões em propina.

130 Policiais e Promotores Mobilizados

A operação mobilizou um grande contingente de 130 policiais federais e promotores, que cumpriram mandados nas cidades de São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. Além das prisões temporárias, foram realizadas buscas e apreensões em endereços ligados aos investigados. Também foram determinadas medidas cautelares como o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.

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Alvos da Operação

Entre os principais alvos da operação estão o delegado Fábio Baena Martin e o investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro, ambos lotados no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Os dois policiais já haviam sido afastados de suas funções em decorrência das denúncias feitas por Gritzbach. Também foram alvos da operação os policiais civis Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, e Ronald Martins. Os nomes dos outros quatro presos não foram divulgados.

Crimes e Penas

Os investigados responderão, de acordo com suas condutas, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas para esses crimes, somadas, podem chegar a 30 anos de reclusão.

Significado do Nome "Tacitus"

A denominação "Tacitus", termo em latim que significa "silencioso" ou "não dito", faz alusão à forma discreta de atuação da organização criminosa, que agia nos bastidores para proteger seus interesses e encobrir suas atividades ilícitas.

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