Na manhã desta sexta-feira (11), militares do 7º Pelotão de Polícia Militar de Meio Ambiente, em uma operação deflagrada após uma denúncia anônima feita através do Disque Denúncia Unificado (DDU 181), compareceram à Fazenda do Sino, localizada na zona rural de Bambuí (MG). A denúncia indicava a prática ilegal de rinha de galos e maus-tratos a animais domésticos no local, o que levou as autoridades a agirem prontamente para averiguar a situação.
Cumprimento do mandado e buscas no local
Com base nas informações recebidas, foi solicitado e expedido um mandado de busca e apreensão pelo Juiz da Comarca de Bambuí, permitindo que os militares procedessem com as buscas na residência e nas dependências da propriedade rural. A operação contou com a presença de testemunhas, conforme a lei exige, e dos moradores do local, que foram confrontados com as evidências durante a ação policial.
Ao adentrarem o imóvel, os policiais encontraram, no quarto do casal, uma espingarda marca ROSSI, calibre 32, além de quatro munições do mesmo calibre e uma munição calibre 38. A posse ilegal de armas de fogo no local já representava uma grave infração, mas o cenário que aguardava os militares nos fundos da propriedade era ainda mais sério
Descoberta da rinha de galos e maus-tratos aos animais
Nos fundos da fazenda, a equipe policial encontrou 14 galos confinados em pequenos viveiros individuais, sem acesso à água ou alimento. Os animais apresentavam múltiplas lesões, evidenciando mutilações graves e sinais claros de maus-tratos. As condições em que os galos eram mantidos sugeriam que eles eram forçados a participar de rinhas, uma prática brutal e ilegal que causa sofrimento extremo aos animais envolvidos.
Uma médica veterinária foi acionada para comparecer ao local e, após realizar a avaliação dos galos, constatou as péssimas condições de saúde dos animais, confirmando os maus-tratos. Segundo o laudo da veterinária, as lesões eram compatíveis com brigas violentas, comuns nas rinhas, onde os animais são forçados a lutar até a exaustão ou morte, muitas vezes utilizando esporas artificiais para intensificar os ferimentos.
Confissão do proprietário e prisão em flagrante
Quando questionados sobre a propriedade dos animais e da arma de fogo, o morador da fazenda, que não teve a idade divulgada, admitiu ser o responsável tanto pela arma quanto pelos galos. Diante das evidências, foi dada voz de prisão ao autor por porte ilegal de arma de fogo, maus-tratos a animais e pela prática de rinha de galos, que é considerada crime no Brasil, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
O autor foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Bambuí, juntamente com a arma de fogo e as munições apreendidas. Na delegacia, a autoridade de Polícia Judiciária ratificou a prisão em flagrante. O homem poderá responder por diversos crimes, incluindo maus-tratos a animais e posse ilegal de arma de fogo, que podem acarretar multas e penas de reclusão.
Destino dos animais e medidas tomadas
Após a apreensão dos 14 galos, foi lavrado o Auto de Infração pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que regulamenta as penalidades para crimes ambientais. Os animais foram imediatamente removidos da fazenda e encaminhados para tratamento e cuidados veterinários.
Os galos foram levados para o Centro de Estudos em Medicina Veterinária de Animais de Grande Porte (CEVAGA) da UNIFOR, localizado na cidade de Formiga (MG), onde serão submetidos a cuidados intensivos para tratar os ferimentos. Os profissionais do centro veterinário trabalharão na reabilitação dos animais, e, caso estejam em condições adequadas, poderão ser reintegrados a abrigos ou programas de adoção que respeitem o bem-estar animal.
O combate à rinha de galos e aos maus-tratos
A Polícia Militar de Meio Ambiente destaca que a prática de rinha de galos é uma atividade ilegal e cruel, punível por lei, e que ações como essa são essenciais para desmantelar grupos envolvidos em crimes contra animais. As rinhas promovem a violência e o sofrimento dos animais, além de estarem frequentemente ligadas a outros crimes, como jogos de azar e posse ilegal de armas. A colaboração da sociedade, mediante denúncias anônimas, é fundamental para que operações como essa possam ser realizadas e para que os responsáveis sejam devidamente punidos.
As autoridades reforçam que denúncias de maus-tratos a animais e crimes ambientais podem ser feitas pelo Disque Denúncia Unificado (DDU 181), garantindo o anonimato e a ação rápida das forças de segurança. O respeito e a proteção aos animais são deveres de todos, e as forças policiais continuarão atuando firmemente para garantir que crimes dessa natureza sejam investigados e combatidos.
Fotos: Polícia Militar de Meio Ambiente/Divulgação