A poucos dias das eleições, a Polícia Federal já apreendeu R$ 11 milhões em espécie em operações destinadas a combater crimes eleitorais. Ao todo, foram realizadas 40 operações relacionadas a irregularidades durante o período de propaganda eleitoral para as eleições municipais. Além disso, R$ 5,7 milhões em bens de pessoas investigadas foram confiscados. Ao todo, a PF abriu 2.246 inquéritos, de 16 de agosto a 3 de outubro, para apurar crimes eleitorais. Isso representa uma média de 50 inquéritos por dia envolvendo candidatos às prefeituras e câmaras municipais.
O crime mais investigado tem a ver com declarações falsas nas prestações de contas eleitorais, popularmente conhecido como “caixa dois”. Nesse intervalo, foram abertos 644 inquéritos para apurar casos desse tipo.
O segundo crime mais investigado é a compra de votos, com 541 inquéritos. Em seguida, com 280 inquéritos, vem a corrupção, que envolve a apropriação de recursos destinados ao financiamento de campanhas.
A pena para o crime de “caixa dois” eleitoral é de reclusão de até cinco anos, além de multa. Para a compra de votos, a pena pode chegar a quatro anos, com possibilidade de cassação do registro ou diploma do candidato, além do pagamento de multa. Para a corrupção eleitoral, a pena varia de dois a seis anos de reclusão, também acompanhada de multa.
Assessora é flagrada com dinheiro, e candidato faz ‘chuva de dinheiro’
Nessa quinta-feira (3), a PF apreendeu R$ 20 mil reais em espécie sob posse de uma assessora parlamentar que embarcava para Benjamin Constant (AM). De acordo com as informações obtidas por policiais federais, a assessora tinha comprovante do saque nem conhecia a origem do dinheiro. Durante a ação de fiscalização, o paralamentar para o qual ela trabalhava também passou por inspeção e assumiu que o dinheiro era dele.
Em outro caso, também no Amazonas, um candidato à Prefeitura de Coari (AM) foi preso após fazer uma “chuva de dinheiro” para eleitores durante um comício. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o candidato jogando cédulas de dinheiro para eleitores ao redor de sua equipe de campanha. As imagens também registram o tumulto causado por pessoas que tentavam pegar as notas. Segundo a Polícia Federal, o ato pode ser classificado como compra de votos.
Difusão de notícias falsas
Em nota, a Polícia Federal informou que as maiores preocupações nas eleições de 2024 incluem o aumento da difusão de fake news e desinformação sobre o processo eleitoral, o uso indevido de inteligência artificial e deepfakes em propagandas, a violência política, especialmente a violência de gênero, e a participação do crime organizado no apoio a candidatos. “Em resposta, a PF tem atuado de forma integrada para enfrentar esses desafios, priorizando investigações e operações que visam inibir essas práticas.”
“A Polícia Federal intensifica sua atuação nas Eleições Municipais de 2024 com ações estratégicas voltadas à proteção do processo eleitoral e ao combate a crimes eleitorais. Em conformidade com suas atribuições de polícia judiciária e de fiscalização da ordem política e social, a PF atuará em todo o país, empregando um contingente de mais de seis mil policiais, além do uso de drones para monitoramento de áreas críticas no combate a crimes eleitorais como boca de urna e compra de votos”, diz a corporação.