Estudo mostra que Viagra pode reduzir em 60% o risco de Alzheimer

Testes mostraram que uso de Viagra evitou a formação excessiva das proteínas tau nas células nervosas que está associada ao Alzheimer

Um grande estudo internacional publicado na terça-feira (19/3) mostra evidências de que o uso do medicamento Viagra pode fazer mais do que tratar a disfunção erétil em homens. O remédio seria capaz de reduzir em 60% o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer no futuro.

A descoberta dos pesquisadores da Cleveland Clinic, dos Estados Unidos, foi publicada no Journal of Alzheimer’s Disease.

Os cientistas fizeram uma investigação laboratorial sobre os efeitos da sildenafila – uma substância inibidora da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) que é o principal componente do Viagra – para evitar que proteínas como a tau se amaranhassem nas células nervosas. Esse acúmulo é uma das explicações para o desenvolvimento de demências.

Estudos anteriores já demonstraram que, além de promover o fluxo sanguíneo no pênis, os inibidores da fosfodiesterase (PDE) também podem prevenir doenças neurodegenerativas.

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Os PDEs estão envolvidos nas vias de sinalização que influenciam a neuroplasticidade. Eles reduzem a formação excessiva das proteínas tau nas células nervosas, ajudando a melhorar a saúde cognitiva e a memória.

Os pesquisadores usaram culturas de células de neurônios criadas a partir de células-tronco de pacientes com Alzheimer para mapear a atividade por trás dos efeitos terapêuticos da sildenafila, e observaram que, após cinco dias de tratamento com o medicamento, os neurônios produziram níveis significativamente mais baixos de proteínas tau. O resultado é um forte indicador de que a sildenafila é capaz de proteger as células cerebrais.

O experimento foi complementado com o uso de inteligência artificial para procurar sinais de que como o medicamento funcionaria em uma escala populacional usando informações de pacientes inscritos em três grandes bancos de dados internacionais. Os pesquisadores confirmaram que a sildenafila diminuiu o risco de Alzheimer em cerca de 60%.

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“Depois de integrar essa grande quantidade de dados computacionalmente, é gratificante ver os efeitos da sildenafila nos neurônios humanos e nos resultados dos pacientes no mundo real”, afirmou o biomédico Feixiong Cheng, co-autor do estudo, em um comunicado à imprensa.

Cheng espera que estudos clínicos sejam realizados para confirmar as descobertas feitas por sua equipe.

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