Minas está diante da segunda maior epidemia de dengue já registrada no Estado, com mais de 421 mil casos contabilizados até junho. Segundo monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES), apenas em 2016 houve mais pessoas infectadas: 519 mil.
O número de mortes já chega a 77 e é maior do que a soma dos óbitos de 2017 e 2018. O índice elevado de notificações fora do período de maior incidência – janeiro a abril – também chama a atenção. Em junho, já são 8.817 doentes. Um dado atípico para o mês que, geralmente, tem redução de casos devido à queda de temperatura.
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Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano defende que, apesar dos fatores climáticos externos, a grande brecha em relação ao combate à dengue está no “fraco controle” do mosquito transmissor. Ele afirma que a população se habituou a agir “de forma reativa e nunca proativa”.
“Então, a tendência é que, à medida que o número de notificações comece a cair, as pessoas voltem a baixar a guarda. Isso não pode acontecer”, alerta.
Para o médico, é impossível definir a causa principal da epidemia e o foco deve ser “no cuidado doméstico para eliminação do Aedes”. Os exemplos de descuido, porém, não são poucos.
Descaso
Às margens da rodovia MG-20, no bairro Novo Tupi, região Norte, um lote próximo à calçada está abarrotado de lixo. Latinhas, garrafas PET, sacolas, pneus, papelão e até aparelhos eletrônicos acumulam sujeira e água parada. Um cenário altamente propício para a proliferação do mosquito.
A cena de descaso já foi mostrada algumas vezes pelo Hoje em Dia. Na manhã de ontem, um idoso deixou dois sacos de lixo no local. Questionado, resumiu: “todo mundo joga entulho aqui”.

SUJEIRA – Em outro ponto da MG-20,cenário propício para a proliferação do Aedes se repete