Grupo Boticário terá ferramentas de reconhecimento facial do cliente nas lojas

Um dos principais grupos de cosméticos do País, o paranaense Boticário colocou o pé no acelerador na última década, com a criação de novas marcas ­– como Eudora e Quem Disse, Berenice? – e a aquisição de negócios como Vult, voltado à classe C, e Beleza na Web, de e-commerce. Com faturamento anual de R$ 13 bilhões, a gigante do varejo, dona de 4 mil lojas, também se aventurou por outros canais de venda, como o porta a porta e a internet. Agora, vai usar a tecnologia para antecipar o que o consumidor quer.
 

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Segundo o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, a empresa desenvolve uma ferramenta de identificação do cliente por reconhecimento facial. O projeto dependerá da adesão dos consumidores que participam do programa de fidelidade d’O Boticário. Com a identificação facial, o atendente terá à sua disposição dados de compras anteriores e também de navegação nos sites do grupo. Assim, poderá fazer uma abordagem propositiva, a partir de itens de interesse de cada pessoa.
“Um dos desafios é a forma de usar esse dado, porque não podemos ser invasivos – e vamos preservar nosso modelo de respeito”, explica Grynbaum. “Mas a gente tem muito dado, e temos de enriquecer o perfil do consumidor para oferecer coisas que façam mais referência às necessidades individuais dele. Não estamos mais na fase da customização, mas sim da personalização.”
O Boticário ganhou a mídia internacional ao criar o perfume Egeo inteiramente por inteligência artificial. A linha, lançada em maio, abriu uma porta de desenvolvimento de produtos que ainda deverá gerar muitos frutos. “A ideia é trazer diferentes produtos que sejam realmente inovadores e que mostrem benefícios para o consumidor. Esse projeto foi um portal e agora temos de criar coisas mais sofisticadas.”
Na entrevista ao ‘Estado’, o executivo fala ainda do laboratório de inovação do grupo, em Curitiba, e também da necessidade de transformar a equipe à medida que a tecnologia se torna um elemento que permeia todas as áreas do negócio. “Para fazer a transformação digital, temos de lidar com as diferentes resistências e apresentar um novo caminho. Tem gente que vai se adaptar e gente que não. Aí a seleção é feita.”

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