Natal já enfeita comércio da Baixada Santista

Ainda faltam dois meses para o Natal, mas os artigos natalinos já podem ser vistos no comércio da Baixada Santista. No Gonzaga, em Santos, a decoração de Natal nas lojas de artigos de R$ 1,99 ainda é tímida, mas está presente.
 

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Em uma delas, a vitrine está dividida entre produtos para a festa de Halloween, comemorada em 31 de outubro, e o Papai Noel, que só chega em 25 de dezembro.
Em uma grande loja de varejo, as bolinhas e luzinhas brilhantes ainda não são as protagonistas logo na entrada, mas, basta andar um pouquinho para perceber que, no último corredor, as prateleiras já começaram a ser organizadas com artigos de decoração natalina.
Os enfeites já foram precificados e variam de R$ 2 a R$ 59,99. Por exemplo, um jogo com seis bolas douradas sai por R$ 19,99. Os panetones e chocotones, que também já podem ser encontrados nos supermercados, saem por R$ 17,99. Em seguida, garrafas do tradicional champanhe das festas de fim de ano, 'Chuva de Prata', é anunciado por R$ 13,99.
Enquanto alguns gostam de ver a decoração de Natal espalhada pela cidade, mesmo que dois meses antes, outros se sentem angustiados, pois têm a impressão de que o tempo está passando rápido demais.
Camila Gonçalves não liga. "Eu amo! Por mim, podia ficar enfeitado o ano todo", brinca.
Os shoppings também têm boas expectativas para as festas de fim de ano. De acordo com a Associação dos Lojistas do Miramar Shopping, é esperado um aumento de vendas, já que o Natal é a terceira data mais esperada do ano e a mais lembrada pelos clientes na hora de comprar lembrancinhas.
O Litoral Plaza Shopping, em Praia Grande, prevê um aumento de 9,5% no aumento de fluxo de clientes e de 10,5% nas vendas.
ANSIEDADE.
Para o psicólogo e professor André Navajas Madio, essa antecipação das datas comemorativas pode aumentar a sensação de ansiedade.
Ele explica que há cerca de 20 anos vem observando este fenômeno de adiantamento das datas especiais. Para André, isso acontece porque a sociedade atual vive imersa no sistema capitalista, ou seja, tudo visa lucro e é o comércio quem dita o calendário.
Dessa forma, até mesmo homenagens que, em tese, seriam momentos fora desse modelo, acabam caindo na lógica comercial.
"Em outubro já começamos a ser bombardeados com perguntas sobre como será o Natal. Então, dá uma sensação de que a vida está passando depressa e de que mais um ano vai embora sem que a gente consiga fazer o que tinha planejado. Isso causa ansiedade. A gente mal sai de uma data comemorativa, já vem outra, e isso porque tudo gira em torno da compra e da venda", diz.
Para tentar amenizar a angústia causada por tanto estímulo comercial, o psicólogo fala que é preciso se conscientizar de que essas imposições consumistas não são necessárias para viver.
"Precisamos buscar prazer em atividades fora dessa lógica mercantilista. Mas isso não depende de nós individualmente. É necessário nos cercarmos de pessoas ou conscientizá-las de que muito do que somos obrigados a consumir é supérfluo".

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