Dia Nacional do Expedicionário é marcado por homenagens em São Vicente

O Jardim independência, em São Vicente, concentrou na manhã deste domingo (5), Dia Nacional do Expedicionário, uma justa homenagem a Ataíde Fernandes, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial que se dedicou até o fim da vida em preservar, de forma documental, as batalhas travadas pelos 25.834 homens e mulheres que lutaram em campos europeus.
 

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Uma placa em homenagem ao tenente foi descerrada pela viúva, dona Alice de Jesus Fernandes, de 94 anos. “Estou muito emocionada com esta homenagem. Ele foi um grande homem, que lutou pelo nosso País, e até falecer, em 2012, ajudou a manter a memória viva como presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB”, destacou.
A homenagem fica gravada com a placa na Praça Força Expedicionária Brasileira, situada a poucos metros da casa onde seu Ataíde residia desde 1950, na confluência das ruas Lincoln Feliciano, Catalão, Mantenópolis e Cachoeiro do Itapemirim.
Cercada de emoção, a solenidade ainda contou com a entrega de certificados aos também combatentes, tenentes Daniel de Paula e José Augusto de Freitas, ambos de 95 anos. Outros dois heróis de guerra, João Gualberto Filho, 94, e Henrique Manoel do Nascimento, 102, não puderam estar presentes, mas receberam a homenagem por meio dos filhos Maria de Fátima e José Carlos do Nascimento, respectivamente.
Presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, Ivone Nasser Cruchaki, filha do tenente Antonio Cruchak, afirmou que se trata de uma solenidade que deve mostrar a importância de cada combatente que representou o Brasil. “Meu pai deixou uma história bonita nos campos de batalha, e um legado para nós. É uma grande recordação que não pode ser apagada da História de nosso País”.
Para o presidente da Associação dos Militares das Forças Armadas do Estado de São Paulo (Amfaesp), sargento Calebe de Almeida, é lamentável o fato de o Brasil ter uma dificuldade em manter registrada a sua História, e que essa preocupação se faz urgente e necessária para não cometermos erros iguais no futuro. “Não há preço que pague o que esses homens e mulheres fizeram no campo de batalha da Europa. Lutaram com o sacrifício da própria vida para libertar o mundo da tirania que ameaçava a democracia e a liberdade mundial. Agora somos nós que temos que lutar para manter viva a chama da memória dos nossos eternos heróis”, desabafou, destacando a necessidade de “ressuscitar associações fechadas e cuidar muito bem das que ainda estão de portas abertas”.
Comandante do 2º Batalhão de Infantaria Leve (BIL)), coronel Vinícius Labruna, falou da “eterna gratidão, admiração e respeito a essas pessoas que estiveram à frente do nobre cumprimento de libertar povos contra a tirania”.
Representando o prefeito Pedro Gouvêa, o secretário de Cultura, Fábio Lopes, ratificou “a necessidade de preservação da história, por meio da arte e dos valores que formam o caráter do cidadão. Nosso compromisso é esse: manter viva a nossa história para os jovens e crianças”.
O público também prestigiou o desfile com militares da ativa e da reserva, escoteiros, viaturas antigas e apresentação de banda militar.
Participaram da festa o Grupo de Reservistas do 2º Batalhão de Caçadores (BC) de São Vicente, o Grupo Ipupiara de Escoteiros, o Grupo de Viaturas Antigas do Exército Brasileiro, e a Banda musical Voluntários da Reserva, comandada pelo regente Capitão Barroso. Também estiveram na solenidade a presidente da Academia Brasileira Vicentina de Letras, Artes e Ofícios “Frei Gaspar da Madre de Deus”, Deise Geanini; o presidente do Elos Clube de Santos,  Carlos Alberto I(ndalécio; a chefe de gabinete da Secult de São Vicente, Lídia Ileck, etre outras autoridades.
Comemorado em 5 de maio, o Dia Nacional do Expedicionário é celebrado em homenagem aos membros da Força Expedicionária Brasileira (FEB), uma força militar que lutou durante a Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados e contra os fascistas e nazistas na Europa. Era uma divisão do Exército Nacional, comandada pelo então general João Batista Mascarenhas de Morais, que liderou a atuação dos militares brasileiros durante a chamada “Campanha da Itália”, entre 1944 e 1945. Na ocasião, mais de 25 mil soldados foram enviados para a Europa durante a Segunda Guerra Mundial através da FEB.
A celebração foi oficializada em agosto de 2017 e é vista como uma forma de manter vivos na memória de alguns dos brasileiros que estiveram no combate armado citado.

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