Travestis se unem para defender mulher que era agredida pelo ex-namorado e destroem o carro dele

"A garota estava sendo es-pan-ca-da. Eu barbarizei com o carro do bofe", mostra, orgulhosa, a travesti Thaylla Barcellos, de 21 anos, no vídeo que viralizou nas redes sociais nessa quinta-feira (10).
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O estrago foi feito no carro de um morador de Belo Horizonte, que passava o Réveillon em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Embora tenha acontecido no dia 30 de dezembro, o caso veio à tona somente agora, quando foi divulgado.
Thaylla e a amiga Tifanny viram o homem batendo na vítima dentro do carro. "A ex-namorada do bofe botou meio corpo pra fora do carro e começou a pedir ajuda. Deus foi tão maravilhoso que, do nada, o carro começou a engasgar e não pegou mais. Aì eu e minha amiga vimos ele 'sopapando' a mulher dentro do carro, e fomos pra cima dele. Tiramos ele do carro e demos uma surra babadeira nele", conta Thaylla.
Depois disso, o agressor conseguiu fugir e saiu correndo a pé, "trupicando, meio tonto". "Eu, não satisfeita do que eu bati, dei prejuizo pra ele. Quebrei o carro todinho", completa.
Ela conta que havia muito movimento na hora, lanchonete aberta, pessoas no ponto de ônibus. As testemunhas confirmaram as agressões à mulher quando a polícia chegou. "Tinha muita gente perto quando ele estava batendo nela. Se a gente não tivesse chegado a tempo acho que ele teria matado ela de porrada, parecia que ele estava batendo em um homem. Deus que me livre, eu fiquei cega", lembra.
A vítima estava desesperada e em pânico, segundo Thayla. "Eu coloquei meu número de WhatsApp no telefone dela e tinha um cara querendo levar ela pra casa onde ela estava. Eu falei: não volta pra casa, vai pra delegacia!".
A atitude que pode ter salvado a vida da mulher se explica pela própria experiência de Thaylla. "Tive essa reação porque eu não aceito homem bater em mulher, até porque minha infância todinha foi vendo o meu pai batendo na minha mãe".
O vídeo foi compartilhado por ela em um grupo no WhatsApp e acabou viralizando. "Foi uma coisa séria, mas pelo fato de eu expressar o meu jeito de falar no vídeo, as pessoas acharam engraçado e também gostaram da minha atitude. Uma travesti defendendo uma mulher da mão de um homem, sendo que homem não pode bater em mulher. Os homens hoje em dia acham que pode tudo", conclui.
A assessoria da Polícia Civil do Estado do Rio foi procurada pela reportagem para saber se foi feito o registro do caso, mas ainda não respondeu.

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