Minas tem o dobro de mortes por causa da chuva em relação ao Natal do ano passado

Temporais em diferentes partes de Minas Gerais transformaram o Natal de muita gente em uma data de tristeza, transtornos e apreensão, e fizeram aumentar ainda mais os números de uma tragédia que se repete a cada ano no estado. Com duas pessoas arrastadas em enchentes ainda desaparecidas, o número de mortos desde o início da atual estação chuvosa pode chegar a 16.
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Ambos os casos aconteceram na noite do dia 24: em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e em Santa Luzia, na Grande BH. O total de mortes já confirmadas dobrou desde o início do recesso natalino, chegando a 14. A quantidade é também duas vezes maior que a registrada em ocorrências associadas à chuva até 25 de dezembro do ano passado e supera o período chuvoso 2017/2018 inteiro, encerrado com 12 óbitos.
Desde ontem, militares procuram por um homem de 62 anos, que desapareceu após temporal que atingiu Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e por uma mulher, de 41, que sumiu após a chuva forte em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Além dos 14 mortos e dois desaparecidos, a estação chuvosa no estado contabiliza 12 cidades em situação de emergência, 560 pessoas desalojadas, 98 desabrigadas e 3.590 afetadas de alguma forma por consequências de temporais.
Em Juiz de Fora, o temporal na noite de Natal alagou vários pontos da cidade e arrastou muitos carros pela correnteza que transformou ruas em rios. Vídeos gravados com celular por moradores mostram a impressionante força da enxurrada e situações de desespero. Os casos mais graves se concentraram na Região Leste da cidade. Um dos carros levados pela água foi parar no Rio Paraibuna. Os parentes da motorista que conduzia o veículo voltaram de férias com a notícia de que ela tinha desaparecido. Eles contaram que ela saía do serviço no Bairro Grama e foi surpreendida pela chuva no Bairro Três Moinhos. De acordo com o a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros da cidade, trata-se de uma mulher de 41 anos, mas a identificação não foi informada.
Somente na segunda-feira, foram atendidas 22 ocorrências em Juiz de Fora, entre pedidos de corte de árvores, deslizamentos, desmoronamentos, alagamentos e enxurradas. “Foi uma chuva rápida e intensa. Durou cerca de 40 minutos, o que foi suficiente para provocar muitos estragos”, informou a unidade da cidade. Devido à grande demanda de ocorrências, militares do 4º Batalhão de Bombeiros Militar, em escala de sobreaviso, foram convocados a comparecer ao quartel e 25 militares reforçaram o serviço operacional depois do temporal.
Em Santa Luzia, um homem identificado como Jorge Soares, de 62, também desapareceu depois de ser arrastado pela enxurrada na noite de segunda. De acordo com bombeiros, ele estava na Avenida Inácio Loiola de Oliveira, na altura do número 584, no Bairro Palmital, por volta das 21h. As buscas foram iniciadas logo em seguida, mas ele não havia sido encontrado até o fechamento desta edição.
MORTES
concentradas Apenas desde o sábado, quando começou o recesso de Natal, foram sete mortos em decorrência das chuvas. Todos foram vítimas de uma enchente de cabeceira que atingiu as cidades vizinhas de São João Batista do Glória, no Sul de Minas, e São Roque de Minas, no Centro-Oeste do estado, ambas na área de influência da Serra da Canastra. Uma oitava pessoa que estava desaparecida conseguiu escapar. Foi o que informaram ontem parentes, depois que as buscas pelo homem de 36 anos foram interrompidas (leia abaixo).
As ocorrências nas duas cidades fizeram saltar de sete para 14 o total de mortes, e levaram os casos fatais a se concentrar nessa região da Serra da Canastra e em Belo Horizonte. Na capital, a última tempestade provocou a morte de Ranur Pierre Silva Carneiro, de 28, em 6 de dezembro. O episódio ocorreu na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Sion, Região Centro-Sul, onde tronco e galhos de uma árvore atingiram cinco veículos, entre eles uma van escolar onde estavam várias crianças e o condutor. Os estudantes foram salvos, mas Ranur, que dirigia o escolar, morreu.
Em 15 de novembro, cinco pessoas já haviam morrido em consequência das chuvas em Belo Horizonte: Cristina Pereira Matos, de 40, e a filha Sofia Pereira, de 6, encontradas mortas dentro de um Palio arrastado pela correnteza no cruzamento das avenidas Vilarinho e Cristiano Machado; a adolescente Anna Luisa Fernandes de Paiva Maria, de 16, que foi sugada por um bueiro e levada pela correnteza; Robson Aparecido da Rocha, de 42, que caiu perto de uma manilha, em um córrego, na Ocupação Vitória, Região Norte, e Jonathan Reis Miranda, de 28, que se jogou em uma área alagada pelas chuvas em Venda Nova. A primeira vítima da estação morreu em 27 de outubro: a idosa Isolina Cordeiro Manco, de 73, estava em uma casa atingida por um muro que caiu em Mantena, Leste do estado.
Estado de emergência
Confira a lista de municípios que decretaram emergência em virtude de “situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que impliquem comprometimento parcial da capacidade de resposta do poder público”, segundo a Defesa Civil estadual Norte de Minas
» Buritizeiro » Josenópolis » Pirapora Vale do Mucuri » Catuji » Machacalis
Centro-Oeste
» Bambuí » Santa Rosa da Serra Vale do Aço
» Coronel Fabriciano
Vale do Rio Doce
» Resplendor
Região Central
» Morro da Garça Zona da Mata » Simão Pereira
Sul de Minas
» Soledade de Minas

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