Maurício Tizumba, Sérgio Pererê e Zezé Motta, serão homenageados no Reinado do Rosário em Itapecerica/MG

Este final de semana será marcado pela edição especial do Grande Reinado do Rosário de Itapecerica, que completa 200 anos de celebração e história.

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Além da programação tradicional, que encanta a todos, ano após anos, será realizado no domingo (12) um grande e emocionante cortejo em homenagem ao bicentenário da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.   A atriz Zezé Motta e o ator e músico Maurício Tizumba, importantes referências do movimento negro, irão participar do cortejo e serão coroados Reis Congos do Reinado do Rosário de Itapecerica. O cortejo contará ainda com a presença de ternos de diversas cidades mineiras. O cortejo terá início às 18h30, em frente à Prefeitura, e seguirá em direção ao palanque real, na Praça Santa Cruz.   Nesta sexta-feira (10), o cantor, compositor e irmão do Rosário Sérgio Pererê mais uma vez irá prestigiar o Reinado do Chico Rei. Às 19h, o Rei Congo, representado por Pererê, acompanhado pela corte, sairá do Grande Hotel Ita em direção ao convento e, em seguida, ao palanque real.   Tradição   A Festa de Reinado é realizada em Itapecerica desde o tempo da escravidão. O Brasil ainda era colônia de Portugal e a celebração já era praticada pelos negros africanos que, com muita saudade, cantavam relembrando sua terra. Existe na Associação do Reinado do Rosário de Itapecerica, herdeira da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o Estatuto datado de 1818 e registrado por ordem régia no Rio de Janeiro em 1823. No entanto, diziam os moradores mais velhos que, antes dessa data, já existiam as festas nas aldeias dos negros.
Confira Aqui a Programação Completa do Reinado do Rosário
  SOBRE SÉRGIO PERERÊ [caption id="attachment_18493" align="alignnone" width="574"] Sérgio Pererê ((Foto: Alexandre Guzanshe)[/caption] Com origem no Bairro Novo Glória, região Noroeste de Belo Horizonte, Pererê foi iniciado na música ainda na infância. Influenciado pelo blues e rock progressivo, criou a banda AVONE, em que iniciou seu trabalho como compositor. Mais tarde, ao lado dos violonistas Meliandro Gallinari e Rafael Trapiello, e da flautista argentina Andréia Cecília Romero, compôs o quarteto Pedra de Tucum. Em 1995, junto com Santonne Lobato e Giovanne Sassá, deu início ao Tambolelê, grupo com o qual lançou dois álbuns, excursionou pela Europa, EUA, Nova Zelândia e México, e criou o projeto sociocultural Associação Bloco Oficina Tambolelê, voltado ao ensino de percussão para jovens de seu bairro de origem. É o seu trabalho solo, no entanto, que pode ser considerado o mais expressivo de sua carreira e onde as referências afro-mineiras encontram-se de forma mais inovadora, com vertentes da contemporaneidade. Faz parte desse trabalho cinco CDs autorais: Linha de Estrelas (2005), Labidumba (2008), Alma Grande, Ao Vivo (2010), Serafim (2011) e Viamão (2016), este criado em parceria com o grupo argentino No Chilla. O artista também já dividiu o palco com Milton Nascimento, Naná Vasconcelos, Wagner Tiso e João Bosco e integrou o grupo Sagrado Coração da Terra, ao lado de Marcus Viana.  No teatro, Sérgio Pererê atuou nos espetáculos “Besouro, Cordão-de- Ouro” e “Bituca – O Vendedor de Sonhos”, ambos dirigidos por João das Neves, e interpretou Dom Quixote em “Oratório – A Saga de Dom Quixote e Sancho Pança”, espetáculo da Cia Burlantins, dirigido por Paula Manata.   SOBRE MAURÍCIO TIZUMBA [caption id="attachment_18494" align="alignnone" width="672"] Maurício Tizumba (Foto: Telmo Lins)[/caption] Ator, compositor, cantor, multiinstrumentista, diretor musical e capitão de congado, Mauricio Tizumba estabeleceu em sua trajetória artistísca – que começou quando ainda era criança, na extinta TV Itacolomi – diálogo entre diversas linguagens e entre a arte e as manifestações populares tradicionais da cultura afro-brasileira e afro-mineira.   Formado pelo Teatro Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais e transitando pelo cinema, pela TV e pelo teatro, atuou em 28 espetáculos, sendo 25 musicais, entre eles, a trilogia de João das Neves: “Bituca”, com músicas de Milton Nascimento, e “Besouro Cordão de Ouro” e “Galanga Chico Rei”, com músicas de Paulo César Pinheiro (a experiência deste último se desdobrou em álbum homônimo, o sexto da carreira, criado em parceria com Sérgio Santos).   Ainda no teatro, participou da criação da Cia. Burlantins, em 1996, quando iniciou seus trabalhos junto a Tim Rescala, encontro que se desdobrou nos musicais “Pianissimo”, “A Sombra do Sucesso” e “A Turma do Pererê” e na opereta “O Homem que Sabia Português”. Pela atuação como o jumento do infantil “Os Saltimbancos” foi agraciado com o Prêmio Zilka Salaberry em 2010. É também idealizador da Mostra Benjamin de Oliveira e do Espaço Cultural Tambor Mineiro. Já excursionou por Estados Unidos, Canadá e Europa, sendo um dos representantes de Minas Gerais no “Ano do Brasil na França”. Com o seu grupo de tambor mineiro participou do New Orleans Jazz Festival e por quatro edições do Landesmusikakademie Berlim.   SOBRE ZEZÉ MOTTA [caption id="attachment_18495" align="alignnone" width="611"] Zezé Motta (Foto: Anderson Barros)[/caption] Maria José Motta de Oliveira, conhecida como Zezé Motta (Campos dos Goytacazes, 27 de junho de 1944) é uma atriz e cantora brasileira. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro quando tinha dois anos de idade. Frequentou a escola do teatro Tablado. Começou a carreira de atriz em 1967, estrelando a peça Roda-viva, de Chico Buarque. Em 1969, atuou em Fígaro, fígaro, Arena canta Zumbi e A vida escrachada de Joana Martini e Baby Stompanato. Em 1972, participou de Orfeu negro e, em 1974, atuou em Godspell. A carreira de cantora teve início em 1971, em casas noturnas paulistas. De 1975 a 1979, lançou três LPs. Nos anos 1980, lançou mais três discos. Participou de filmes como Vai trabalhar, vagabundo (1973), Ouro Sangrento, Anjos da Noite, Tieta do Agreste, Xica da Silva (1976) e que a consagrou internacionalmente, e Orfeu. Em 1994 gravou a canção o ciclo da vida,abertura do filme o rei leão (1994). Atuou na telenovela Xica da Silva em 1996, vinte anos depois de protagonizar o filme, e onde fez a mãe de Xica, no início, e Xica na maturidade, no final. Na televisão, participou também das telenovelas Corpo a corpo e A próxima vítima, Porto dos Milagres, Renascer, Xica da Silva, entre outras, e nas minisséries Memorial de Maria Moura e Chiquinha Gonzaga, ambas na Rede Globo. É considerada uma das mais importantes atrizes negras do Brasil. Atualmente acabou de fazer a novela Luz do Sol na Rede Record e se prepara para seu retorno a Rede Globo como a avó negra de Daisy, Maria Perpétua, em Malhação, no início de dezembro. Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o fim da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos que apresentavam os novos talentos, registrando índices recordes de audiência. O especial Mulher 80 (Rede Globo), foi um destes marcantes momentos da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e a inegável preponderância das vozes femininas, com Elis Regina, Maria Bethânia, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher. Também fez parte do elenco do Telecurso 2000, programa educativo da Rede Globo. Além disso, participa esporadicamente de discussões sobre o papel dos negros na teledramaturgia. Já interpretou várias canções traduzidas de filmes clássicos da Walt Disney Pictures durante os anos 80 e 90, especialmente o Rei Leão e a Pequena Sereia.

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