Ministério Público de MG investiga relação de Aécio com negócios de grupo de comunicação

Folha PressO Ministério Público de Minas Gerais instaurou um inquérito para investigar se recursos públicos do estado foram usados em negócios do Grupo Bel, de comunicação. Por ter como alvo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), a apuração partiu da Procuradoria-Geral da República e foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em outubro passado. A matéria continua após a publicidade O ministro do STF Marco Aurélio determinou que a investigação fosse desmembrada e enviada a Minas Gerais, pois também envolve a irmã de Aécio, Andrea Neves, e Flávio Carneiro, do Grupo Bel, que não têm foro privilegiado. A suspeita de desvio de recursos públicos e pagamento de propina está sendo apurada pela Polícia Federal de Minas Gerais. Ao mesmo tempo, o promotor Eduardo Nepomuceno, da 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, instaurou no último dia 22 um inquérito civil para investigar se houve dano ao erário, enriquecimento ilícito e improbidade administrativa. Os documentos enviados pela Procuradoria-Geral da República pedem uma investigação a respeito da desapropriação de um terreno pertencente a uma rádio do Grupo Bel em 2013, quando o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) era governador. O local foi usado para a construção de uma área integrada de segurança pública, e o estado depositou R$ 1,09 milhão como indenização, mas o caso está no Justiça até hoje. A suspeita é que a verba tenha sido repassada ao Grupo Bel para viabilizar a compra do jornal mineiro Hoje em Dia com o objetivo de favorecer Aécio na eleição de 2014. Segundo a delação do empresário Joesley Batista, Carneiro era aliado do senador. Ainda em relação à compra do jornal Hoje em Dia pelo Grupo Bel em 2013, a Procuradoria-Geral da República investiga se um pagamento de R$ 2 milhões da construtora Andrade Gutierrez à Ediminas, que edita o jornal, teria sido desviado para Aécio. Em delação premiada, Joesley disse que, para saldar dívidas de campanha de Aécio, comprou um prédio superfaturado do Hoje em Dia por R$ 17 milhões. Em 2016, o diário foi novamente vendido, e hoje pertence ao ex-prefeito de Montes Claros Ruy Muniz (PSB). OUTRO LADO A defesa de Aécio diz que as denúncias são infundadas e vindas de adversários políticos. Em nota, afirma ainda que é importante que o Ministério Público investigue o assunto para que fique comprovada a denunciação caluniosa daqueles que querem fraudar a Justiça e a opinião pública. A defesa de Andrea Neves afirma que: "a falsa acusação não vem acompanhada de nenhuma evidência, comprovando o objetivo político e a deliberada má-fé de quem fez a denúncia". "Lamentavelmente, a verdade, quando demonstrada ao final da investigação, não será capaz de repor os danos causados pelas falsas suspeitas", completa. A assessoria do Grupo Bel afirma que não houve dinheiro do estado na compra do jornal Hoje em Dia e que a compra não serviu aos interesses de Aécio. Também diz que o repasse da Andrade se refere a publicidade que foi efetivamente veiculada. "Essas acusações têm um viés claramente político sem a menor conexão com a realidade. Todos os esclarecimentos estão sendo prestados às autoridades competentes, acreditando que, ao final, os responsáveis pelas afirmações serão devidamente responsabilizados", diz a nota, que representa também a defesa de Carneiro. O senador Antonio Anastasia, que é pré-candidato ao governo de Minas, não é alvo do inquérito, mas é citado por ter sido governador à época da desapropriação. Segundo sua assessoria, a desapropriação é regular e o tucano defende a investigação caso existam dúvidas.

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