Produção parada e demissões são reflexos do setor calçadista de Nova Serrana após paralisação dos caminhoneiros

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontou que as principais empresas produtoras de calçado do país tiveram cerca de 49% da sua força de trabalho parada nos últimos dias de maio devido ao desabastecimento gerado pela paralisação dos caminhoneiros. Em Nova Serrana, empresas tiveram que parar o serviço pelo mesmo motivo.

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A pesquisa apontou, ainda, que cerca de 32% dos embarques de calçados já prontos para o comércio estavam parados no depósito das fábricas, aguardando condições favoráveis para serem transportados.

Em Nova Serrana, principal pólo do setor no Estado, o Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova) informou que algumas empresas tiveram que parar o serviço de produção e programar férias coletivas devido ao grande número de produtos parados nas fábricas e a falta de matéria-prima.

Ainda segundo o Sindinova, outras empresas chegaram a demitir funcionários por conta das paralisações. Conforme os últimos dados disponibilizados pelo sindicato, a cidade tem 687 empresas atuantes no setor. Destas, 465 são fabricantes de calçados, 210 são fornecedores de matérias-primas e outras 62 são prestadoras de serviço que compõem o setor.

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As empresas do município fabricam aproximadamente 800 pares de calçados por dia, conforme o Sindinova. Deste número, 96% da comercialização é feita por representantes e outros 28% são vendidos diretamente para o comprador.

Em nota, o sindicato informou que o número de vendas deve ser prejudicado devido às paralisações, que provocaram efeito cascata em diversos segmentos ligados direta ou indiretamente às indústrias da cidade.

Conforme nota enviada pelo Sindinova, algumas mercadorias já foram enviadas para o comércio devido à proximidade do Dia dos Namorados, mas correm o risco de não chegar a tempo para a comercialização.

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Números

Segundo a Abicalçados, atualmente o país tem 2,5 mil indústrias e mais de cinco mil empresas prestadoras de serviço que dependem diretamente da atividade. A força total de trabalho, segundo a associação, gira em torno de 300 mil pessoas. A pesquisa aponta que, caso a situação não seja revertida, pelo menos 230 mil trabalhadores serão impactados em curto prazo.

Em Nova Serrana, o Sindinova estima que existam cerca de 20 mil trabalhadores diretos e outros 22 mil profissionais indiretos, que produzem todo ano cerca de 105 milhões de pares. Destes, 90% são destinados ao mercado interno, com produtos sendo vendidos nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do país. O mercado externo representa 9,6% da produção da cidade.

Com a paralisação, o Sindinova estima que o setor tenha perdido mais de R$ 200 mil. O valor se dá à falta de matéria-prima, que não foi entregue nas fábricas, e aos calçados que ficaram parados nos depósitos mesmo estando prontos para a comercialização.

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